Vergonha...

Vergonha do Lula, do PT, do Senado, da Justiça, do Brasil...
Até a censura voltou!

Coluna Rosane de Oliveira - Jornal Zero Hora

Espetáculo deplorável
No dia em que se esperava a renúncia do presidente do Senado, José Sarney, eis que ele se apresenta, comanda a primeira sessão depois do recesso, e seus críticos mais duros murcham. Fica o senador Pedro Simon, em atitude quase quixotesca, comprando briga com o PMDB e protagonizando o bate-boca com os alagoanos Fernando Collor (PTB) e Renan Calheiros (PMDB).

Simon disse uma verdade incômoda: o Senado não aprendeu nada com os três episódios anteriores de presidentes que renunciaram depois de flagrados em irregularidades. Jader Barbalho (PMDB-PA), Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Renan Calheiros (PMDB-AL) jogaram o Senado em crises memoráveis, tiveram de renunciar à presidência, mas a instituição não fez a necessária reciclagem.

O PT, que vinha todo valente nos últimos dias, se recolhe. Só o senador Eduardo Suplicy (SP) comparece para insistir na tese da renúncia. Fica a impressão de que o PT levou mais um para-te-quieto de quem realmente manda, o presidente Lula, e teve de colocar a viola no saco.

Que ameaça terão feito Sarney e os caciques do PMDB para garantir tanta docilidade por parte do PT? Há mais de um mês o partido do presidente Lula perde credibilidade por suas posições erráticas em relação a Sarney. Para tentar salvar a pele, Aloizio Mercadante divulga nota insistindo na saída de Sarney, submerge no fim de semana e não aparece na segunda-feira para bancar o que escreveu.

Sarney pode até seguir na presidência, sustentado por Lula e pelos seus, mas continuará sendo um morto-vivo. A pá de cal na sua já escassa credibilidade foi a censura ao jornal O Estado de S.Paulo, imposta por um desembargador, é verdade, mas atendendo a pedido da família Sarney. Um desembargador amigo que se prestou ao triste papel de reeditar a censura prévia para impedir a divulgação de uma investigação que envolve um dos filhos do presidente do Senado.